Poéticas do movimento imobilizado(ando).

domingo, 13 de julho de 2008

Mais sobre o projeto:




O Projeto Bondage foi desejado e idealizado no intuito de formalizar algumas questões pessoais a cerca da dança que foram tomadas como ponto de partida para a concepção do meu primeiro trabalho como coreógrafo. Essas questões dizem respeito ao corpo e sua mobilidade e às relações de poder na dança. Para complementar poéticamente o desenvolvimento dessa proposta escolhi a estética do fetiche sadomasoquista denominado “Bondage”, que consiste na imobilização consensual de parceiros como prática de prazer sexual ou estético, não estando uma opção condicionada à outra.

Minha maior questão de investigação nesse processo está relacionada à organização do corpo para o movimento em situações onde haja um elemento dificultador.
Que dança é possível realizar caso eu concorde que me seja subtraída ou diminuída a amplitude de movimento dos meus braços?
Como eu me moveria pelo espaço se minha articulação femural estivesse imobilizada?
Tornar obrigatória a adaptação do corpo a essa condição onde a mobilidade fica restrita muito além de qualquer dificuldade anatômica, articular ou óssea e, dessa necessidade de adaptação extrair material coreográfico é uma das tônicas do processo.

Percebi que as relações de poder na dança também poderiam ser abordadas sob o viés desse tema, já que se fala de domínio e submissão, o que invariavelmente acontece nos processos de criação em dança. Consensualmente, bailarinos e coreógrafos estabelecem regras e limites para o jogo de dominação, onde escolhas serão feitas tendo como objetivos o prazer comum e voyeurismo de uma platéia que, com prévio conhecimento, irá ao teatro para ver o produto dessa relação.

O grande desafio está justamente em juntar o resultado da investigação de cada um desses pontos e organizar todo esse material somando a ele o produto das escolhas e soluções formais que dão acabamento e auxiliam na composição de sentido de espetáculos cênicos: trilha sonora, iluminação, figurino, maquiagem, cenário e outros elementos de pré e pós produção como material gráfico, estratégias de comunicação e visualidades que vão dizer de antemão do que se trata e convencer o espectador a ir ao teatro no dia e hora marcados.

Para isso temos ensaiado durante três dias semanalmente contando com uma equipe formada por jovens artistas que assim como eu, estão em processo de formação artística e em busca de respostas para suas questões.

Apresentando a equipe:

Bailarinos:
Graziela Silveira
Jenifer Guedes
Luiza Moraes
Márcio Canabarro
Thaís Alves

Direção e Concepção Coreográfica:
Douglas Jung

Projeto Gráfico:
Márcio Canabarro

Videomaker:
Arion Moreira

Orientação:
Alessandra Chemello e
Diego Mac
Diretores Artísticos do Grupo Gaia - Dança Contemporânea

Este projeto está sendo desenvolvido com o apoio da Incubadora de Novos Coreógrafos do Grupo Gaia, que através de uma iniciativa pioneira está fomentando o trabalho de três jovens artistas, possibilitando a realização e apresentação de suas obras cênicas de dança. Para tanto, estamos contado com a infra-estrutura necessária para a realização de ensaios, orientação teórico/prática para os trabalhos e com uma verba simbólica para o custeio de despesas com os processos. A Incubadora de Novos Coreógrafos é parte de Projeto Mulheres Fortes em Corpos Frágeis do Grupo Gaia e conta com o Financiamento Fumproarte para a viabilização de três obras centrais de três diferentes corégrafos, além das três obras dos coreógrafos “incubados”.
Maiores informações em: www.grupogaia.art.br



e era isso...
Dougg

Um comentário:

Luiza Moraes disse...

fiquei pensando qta coisa acabamos deixando de lado no decorrer do processo... coisa louca... n tem como ser diferente, mas da a sensaçao d q dava p fazer uns quatro trabalhos diferentes...