Poéticas do movimento imobilizado(ando).

terça-feira, 22 de julho de 2008


Corpo Mobilidade Habilidade Fragilidade Crueldade Pensar Querer Mover Prazer BONDAGE.

Tudo está amarrado. O corpo está amarrado. Nele mesmo, no tempo, no espaço. Os músculos amarram os ossos. A pele, os pêlos, os fios de cabelo. Amarramos o tempo no pulso. Assim como o espaço que trancamos para chamar de nosso. Também recrutamos esses conceitos para subjetiva e invisivelmente amarrar pessoas...
Tudo preso, tudo solto. Tudo móvel. Disponível. Saber com que sede se vai ao pote. Quanto se pode e quanto se quer. Dançar essa sede. Esse desejo e esse poder. Apoderar-se. Tomar as rédeas. Ser fio condutor. Encontrar o fio da meada. Construir redes e malhas. De sentidos, significados, (re)sentimentos. Amarrar ao corpo o desejo da dança. Amarrar literalmente o corpo para a dança. E então ver como ele dança. Forçá-lo a desejar o movimento para que ele o faça mesmo amarrado. Podado, encurtado, contraído, cansado. Reforçar o poder do desejo sobre o corpo. Dominar, escolher, propôr, supôr. Amarrar e soltar. Dançar e parar. Formar e deformar. Instigar e calar.
Isso me amarra à dança. Me prende a ela. Me domina.
Me dá prazer.

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