Poéticas do movimento imobilizado(ando).

sábado, 28 de junho de 2008

Do prazer pela “Dominação”



Cada vez que eu entro na sala de ensaio, munido de um set de cordas e um case com inúeros CD´s, fica muito evidente pra mim que ali, nessa chegada, eu “atravesso uma rua” que dá acesso ao meu eu dominador. Bem na verdade, essa faceta aparece com muita força em todo o meu cotidiano. O que diferencia o domínio que eu reconheço no meu dia-a-dia deste que aparece na sala de ensaio é o exercício consciente e totalmente proposital, somado é claro da obediência daqueles que são dominados.

Dominar me dá prazer. Ordenar me faz sentir bem. Ver o resultado desse exercício me faz muito feliz.

Eu entendo que superficialmente esse domínio do qual eu falo não salta aos olhos, e acredito que os dominados não se sintam agredidos ou subjugados e, por vezes nem se dêem conta de que esse exercício de poder esteja acontecendo durante todo tempo dos ensaios.
Mas pra mim, isso acontece desde a entrada na sala e é muito bom. É bom poder escolher e articular propostas com base nessas escolhas. É bom encontrar soluções pra que essas propostas se concretizem. Administrar material humano. Procurar por elementos estéticos, criar poética e ver esse resultado sendo transformado durante os encontros.

Me sentir no comando de um processo e ao mesmo tempo sendo comandado por ele, reconhecer as minhas questões e idéias no produto de cada procedimento torna a investigação cada vez mais atraente e satisfatória.

Resumindo: Eu sinto muito prazer por estar à frente desse processo, tentando reconhecer, ordenar e distribuir todas as questões e/ou demandas da melhor forma possível e, sendo conseqüentemente dominado por ele.(por que o feitiço sempre se volta contra o feiticeiro)
Acho importante dizer que estou imensamente satisfeito e bem impressionado com as pessoas que estão trabalhando comigo.

Gurias, vocês são geniais.

Muito Obrigado.

Dougg

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